Meio-campo do amor - Parte 4

05/12/2022

Depois de encontrar-se com Mariana e da maneira fria como ela o tratou, Anderson decidiu voltar para casa e arrumar um serviço comum. Não conseguia mais jogar futebol como antes e sua boa vida parecia ter chegado ao fim.

Estava dirigindo, quando na saída da cidade avistou uma boate, com um nome que ele não conseguiu ler pela falta de algumas letras. Não pensou duas vezes, precisava de uma bebida. Parou o carro e entrou.

Não era exatamente o tipo de boate que ele esperava. Havia um balcão grande, com uma prateleira cheia de garrafas coloridas ao fundo. No teto, bem no meio, havia um grande espelho. No centro um palco redondo. Sem nada. Apenas o palco com carpete vermelho, com um metro do chão. Mesas estavam espalhadas em volta do palco. O local estava completamente vazio.

Encostou-se no balcão, quando um homem, de meia idade, veio ao seu encontro.

"Estamos fechados. Abrimos apenas a noite".

Anderson olhou para ele e sorriu. Depois olhou em volta mais uma vez e argumentou:

"Preciso apenas de uma cerveja. Uma apenas, estou vivendo tempos muito difíceis."

O homem sorriu. Foi até uma geladeira, pegou uma lata cerveja e entregou. Anderson levou a mão ao bolso e quando estava tirando a carteira, o sujeito interviu:

"É por conta da casa." - Ele voltou a fazer alguma coisa atrás do balcão, enquanto Anderson virou-se para ir embora, no entanto, quase no meio do caminho entre o balcão e a porta ele parou de repente.

"Que tipo de boate é essa?"

O homem sorriu novamente, olhou em volta como se buscando a melhor resposta.

"Do tipo divertida."

Não era a resposta que Anderson estava esperando, afinal pouco respondia as suas dúvidas, no entanto, ele seguiu seu caminho. Enquanto andava entre a porta da boate e o carro, ficou se perguntando se não seria uma boa ideia esperar ali, e aproveitar para se divertir durante a noite? A ideia não era ruim, no entanto, os parcos recursos que tinha na carteira não lhe deixavam muito animado.

Entrou novamente no carro, engatou a ré, manobrou para a esquerda na intenção de sair em direção ao asfalto, quando enxergou duas mulheres entrando na boate por uma porta lateral. Freou de soco e ficou olhando para elas.

Não tinha dúvidas, uma delas era Mariana. Ela estava diferente do que ele tinha visto a menos de uma hora, mas era ela. Reconheceria a mulher que roubará seu sono, sua tranquilidade e seus passes de 30 metros em qualquer lugar.