A loira da portaria
Vanessa não era a mulher mais bonita que ele já tinha visto. Olhos verdes, rosto angelical, jeito de menina, mas corpo de mulher, alta e loira. Ele sempre teve uma quedinha por loiras, algo nas loiras chamava sua atenção, não sabia explicar. Ela era bonita, é verdade, mas não era a mais bela que ele conhecia, no entanto, ela tinha um feitiço que o entorpecia.
Todos os dias, no mesmo lugar, na portaria do prédio, eles se encontravam, ela ria, jogava o cabelo para o lado e dava uma leve piscadinha e soltava um:
- Oi...Tudo bem?
Os lábios dela se mexiam com uma volúpia tão grande e com tamanha desenvoltura que mais parecia uma bailarina no teatro municipal. Ele nunca respondia, no máximo balançava a cabeça em sinal de positivo e seguia. No entanto, sua vontade era parar, convida-la para sair, para ir para um motel. É, esse era o maior desejo dele, ir para um motel com aquela loira.
Caminhava pela rua lembrando-se da loira. Um dia ele a viu de biquíni, foi uma única vez e por fotos ainda. Ela tinha passado um final de semana em Capão da Canoa. Eram fotos antigas. Ele esperava o dia em que pudesse ir com ela para praia.
Que visão mais linda! Salvou a foto em seu computador no trabalho e sempre que tinha uma hipótese ele olhava aquela bela imagem. Biquíni verde. Todas as mulheres lindas deveriam ser impedidas de usar roupas, deveriam usar somente minúsculos biquínis.
Logo já estava no bar com os colegas do escritório. Aquele era o momento mais calmo de seu dia. A hora que passava tomando cerveja e falando sobre futebol era a fração de tempo em que ele não pensava nela. No entanto, sempre há alguém para ver uma mulher na rua e dizer:
- Olhe aquela gostosa!
Naquele exato momento, seus pensamentos voltavam para a única gostosa que ele conhecia, pois, não havia no mundo alguém mais gostosa que Vanessa. Suas carnes lisas e macias, o bumbum mais empinado que ele tinha visto, os peitos eram fartos, mas não gigantes, eram como duas peras grandes, simplesmente perfeitos.
A cor da pele era de uma loirisse caramelada, é isso, ela tinha um bronze natural, e de tão natural era lindo.
O biquinho que ela fazia com os lábios toda vez que lhe cumprimentava quando ele deixava o trabalho, na saída do prédio, aquilo sim era biquinho. Algo incrível, que ele não conseguia esquecer! Apesar de nunca falar dela para os colegas, a verdade é que todos a conheciam e provavelmente todos também a achavam uma gostosa; mas ninguém falava isso perto dele.
Depois da cerveja, preciosa companheira do final de tarde, ele seguia a pé pela rua, olhava vários carros passarem, analisava, voltava a planear de também comprar o seu. Certamente quando ele conseguisse essa conquista, convidaria Vanessa para um passeio, mas não para um passeio qualquer. Queria parar em algum lugar discreto e fazer amor no banco traseiro, se entregando a luxúria ao ponto de tremer de prazer.
Enfim ele chegava em casa, abria o portão da frente, caminhava lentamente até a porta e entrava. Ia sempre direto para o quarto. Se desfazia das roupas desconfortáveis e depois voltava lentamente até a cozinha, pegava uma fruta e voltava para sala, de onde atentava os ouvidos e fica ouvindo a água do chuveiro cair. Era rápido. Logo o barulho parava e a porta do banheiro se abria, ele ouvia isso e só então voltava ao quarto, onde, sem pensar duas vezes, ele abraçava sua esposa e a beijava apaixonadamente.
Como era um homem de sorte em ser casado com Vanessa! Ela não era a mulher mais linda que ele conhecia, mas tinha algo que o enfeitiçava.